"O conto do amor", de Contardo Calligaris

Os livros que postei até agora fazem parte da categoria "The Best", mas nem todos os livros que li entraram nessa categoria. O prazer da leitura é sempre imbatível, mas às vezes, analisando criticamente, um livro deixa a desejar. E esse foi o caso de "O conto do amor", de Contardo Calligaris. Confesso que comprei super entusiasmada pelo trabalho dele como psicanalista, mas esse foi o trabalho inaugural na literatura e não me encantou. O livro conta a história de Carlo Antonini, um psicoterapeuta(morador de Nova Iorque) que viaja a Itália para conhecer o passado misterioso de seu pai, que antes de falecer diz ao filho que era a reencarnação do ajudante pintor maneirista Sodoma (1477-1549), cético, ele sai em busca de uma explicação racional para essa afirmação do pai. Durante essa viagem fazemos um passeio pela história da arte e nos envolvemos em um mistério (isso te lembra algum livro?) Sim, é inevitável lembrar de "O Código Da Vinci", mas em nenhum momento Contardo pega o fôlego de Dan Brown. Durante o enredo Carlo Antonini começa um romance com a especialista em arte Nicoletta, mas é tudo muito previsível, entra em contato com uma história de amor que aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial, que fica na superfície, assim como conflitos políticos de outra época. O livro promete uma tensão e profundidade que não existem no texto. Eu li as 124 páginas em algumas horas e quando acabou não me disse muita coisa. Torço para que Contardo se saia melhor nos futuros projetos literários.

Sempre que penso em uma história encantadora me vem à mente o livro "O Anjo e o resto de nós". Essa é uma história de amor, de família, um conto real e um conto de fadas. O livro é tão envolvente que dá para ler numa tarde, na verdade não dá para estender a leitura, por que são tantos acontecimentos que a gente não consegue parar. São flores, meninas, anjo, espíritos, vida e morte convivendo em uma mesma casa. A escritora Leticia Wierzchowski estreou na literatura com essa saga familiar, que lembra muito o livro de Gabriel Garcia Márquez "Cem anos de solidão", mas tem um humor peculiar e bem brasileiro. Esse é sem dúvida um brinde aos amores possíveis e aos impossíveis. Super indico todos os livros da Letícia, ela entrou na minha listinha de autores preferidos, o último lido por mim foi: "O Pintor que escrevia", mas sobre isso eu falo em uma nova postagem.

"O Ano da Leitura Mágica" uma inspiração!

Totalmente inspirada pela proposta do livro "O Ano da Leitura Mágica" que conta a história de Nina Sankovitch que após perder a irmã com câncer decidi se reecontrar com a vida, se dedicando à leitura de um livro por dia. Eu decidi experimentar essa viagem, como não sou tão disciplinada será um por semana, e depois vou postar aqui o que achei do livro. Nina coloca umas regras como não ler o mesmo autor duas vezes, ou reler livros. O meu processo será sem regras, só ler! O primeiro a ser dividido com vocês, será o meu objeto de inspiração: "O Ano da Leitura Mágica" Esse livro foi uma bela surpresa. Ele tem uma atmosfera saudosista e cheia de amor. Amor pela vida, pela família e, principalmente, pelos livros. O livro nos convida a conhecer um processo diferente de terapia. "Terapia de leitura", Nina, a narradora, se compromete a ler um livro por dia, em meio a quatro barulhentos filhos, um marido e todas as obrigações de uma dona de casa, ela faz sua terapia literária e nos leva a uma mágica viagem através de suas memórias e de seus personagens. "As palavras têm vida e a literatura se torna uma fuga, não da vida, e sim para dentro da vida."